Na presente newsletter o Departamento de Direito do Trabalho da Belzuz Abogados, S.L. - Sucursal em Portugal tem assistido, desde o início do corrente ano, a uma grande preocupação por parte dos empregadores, no sentido de criar mecanismos para retenção dos trabalhadores que conferem valor à empresa, e também para a tornar mais atrativa para as novas contratações.
Consideramos que esta necessidade é uma clara consequência do dinamismo e competitividade que o mercado laboral português atravessa neste momento, e que tem também reflexos ao nível da taxa de desemprego, que, em dezembro de 2018 se situou apenas nos 6,6% (menos 0,1 pontos percentuais que o valor do mês anterior, e menos 1,3 pontos percentuais que no mesmo mês de 2017 ( ).
Com um mercado de pleno emprego a tendência de dinamismo e rotatividade tem vindo a ser cada vez mais notória, verificando-se inclusive a alteração de alguns paradigmas nas relações laborais.
Com efeito, se momentos houve em que os perfis mais seniores e experientes eram menos considerados no mercado de trabalho, que procurava desenfreadamente perfis mais juniores e económicos, hoje em dia também esta tendência se tem vindo a inverter, sendo aqueles os profissionais que empresas com alguma dimensão procuram atrair para os seus quadros.
E se há não muito tempo atrás havia uma grande oferta de candidatos que permitia à empresa escolher aquele que mais se adequasse ao perfil pretendido, atualmente a necessidade de contratar profissionais com perfis específicos e qualificados veio contribuir para que a tónica da contratação esteja no candidato, vendo-se a empresa na necessidade de apresentar condições que a tornem atrativa para esses mesmo profissionais.
Por outro lado, a remuneração económica deixou de ser o aspeto mais importante para os candidatos, passando outros fatores como a perspetiva de progressão na carreira, a formação profissional, a flexibilidade entre a vida pessoal e familiar, a cultura e valores da organização e a posição desta no mercado face à sua concorrência, a ter um peso cada vez mais importante na decisão de mudança de emprego.
A Hays, empresa líder no mercado de recrutamento especializado em Portugal, apresentou no passado mês de fevereiro o Guia do Mercado Laboral 2019 (“Guia “), que contém as tendências de emprego e salários, no qual a empresa pretende identificar a evolução dos principais desafios e prever as tendências que se farão sentir na estrutura e estratégia de milhares de empresas.
Destacamos de seguida algumas das principais ilações retiradas deste Guia, com relevância para o tema em análise, e que de certa forma comprovam as tendências acima referidas. Assim:
(a) Os empregadores identificaram como mais relevantes as seguintes dificuldades do mercado de trabalho: falta de profissionais qualificados (53%), desadequação entre a oferta de profissionais e as vagas disponíveis (49%), legislação laboral rígida (36%), entre outros;
(b) Algumas das competências mais valorizadas pelos empregadores são: a proatividade (57%), a ética/valores (57%), a apetência para trabalhar em equipa (57%), as competências técnicas (54%), a capacidade de trabalho (49%), a orientação para o cliente (44%), a experiência (38%) e o potencial de crescimento (37%), entre outros;
(c) As principais motivações para uma mudança de emprego por parte dos profissionais prendem-se com: o pacote salarial (62%), as perspetivas de progressão na carreira (58%), procura de projetos mais interessantes (54%), insatisfação com a empresa (21%), incompatibilidade entre a vida pessoal e profissional, entre outros;
(d) Os benefícios (fringe benefits) mais valorizados pelos profissionais são: seguro de saúde (78%), formação (68%), flexibilidade de horários (62%), automóvel para uso pessoal (48%), possibilidade de trabalhar a partir de casa (44%), dias de férias extra (44%), seguro de vida (27%), ausência remunerada no dia do aniversário (26%), entre outros.
Alguns dos benefícios mais tradicionais e comuns, como o subsídio de alimentação, os vales sociais, o computador portátil e o telemóvel, passam a ter menos relevância, por serem considerados pela maioria dos profissionais como algo certo e garantido.
Assim e em conclusão, neste novo contexto laboral as empresas devem pensar em como poderão ir mais além não só para garantir o engagement dos seus colaboradores, mas também para atrair novos talentos, e implementar as políticas e ações necessárias para o efeito.
O Departamento de Direito do Trabalho da Belzuz Abogados, S.L. - Sucursal em Portugal conta com uma equipa de profissionais habilitados a prestar a assessoria jurídica necessária à reestruturação de políticas salariais e de fringe benefits, ou sua criação e implementação, de acordo com a realidade de cada empresa.
( ) Fonte: Instituto Nacional de Estatística - taxa de desemprego em dezembro de 2018 - INE
Belzuz Advogados SLP
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